SÉRIE EM QUADRINHOS QUE MISTURA VELHO OESTE COM SOBRENATURAL
Os nomes envolvidos na produção já mostram o quão profissional é o trabalho: Luke Ross, José Luis, Pedro Mauro, Andrew Dalhouse, Adriano Di Benedetto, Sam Hart, Felipe Watanabe, Geraldo Borges e outros alem do roteirista Felipe Cagno , com capas produzidas por Fabiano Neves & Rodrigo Ramos, lettering de Deyvison Manes.
As histórias se passam em um cenário pós-apocalíptico onde boa parte da água desapareceu. Invés de apostar num futuro Madmax com carros , motos e guitarras flamejantes , o caminho escolhido foi outro. Um velho oeste onde a moeda principal é água potável, novamente fugindo dos clichês não temos heroínas de biquíni de metal (cof cof Sonja).
Ruiva não faz aquele tipo heroína da justiça e dos oprimidos, ela está tentando sobreviver do jeito que dá e com as habilidades que tem, como todo mundo. Se por ventura as necessidade dela se alinharem com as suas considere-se com sorte.
Uma coisa muito legal é que conforme a gente vai andando pelo mundo, da para perceber sinais de uma outra era ou pelo menos ter noção de em que parte da história humana a evolução parou por conta da falta de água.
Você logo percebe que não é um faroeste comum , quando criaturas gigantes que na verdade são pessoas afetadas por maldições aparecem. O mais interessante é que os habitantes já estão de certa forma acostumados a essas ocorrências. Muito legal ver como a mistura de fantasia com faroeste e mundo destruído consegue ser feita na medida certa, não ficando forçado e nem absurdo .
A arte de Fabiano Neves nem tem o que comentar, traços lindos e uma fluidez que não te deixa perdido em meio a tantas coisas acontecendo na página, alem de uma paleta de cores muito bem pensada que remete a filmes de faroeste. A narrativa visual está muito bem equilibrada tanto nos momentos comuns quanto nas cenas de ação. Como é bom ver uma arte que não é cheia de efeitos cegantes , que fazem você pensar que o artista usou tudo que tinha no photoshop para enfeitar o pavão.
Ai você me pergunta, onde achar ? Simples , como vários quadrinhos , livros e obras de hoje em dia, esse é mais um projeto que você pode apoiar no Catarse. Em projetos desse tipo o envolvimento e o poder de decisão estão com o autor o que ajuda bastante a livrar as histórias e até o projeto gráfico da revista de interferências editoriais , do tipo que pode vetar uma parte da narrativa por conter algo fora do padrão. Publicação independente é o lugar certo para se achar obras de qualidade. Abaixo deixo link para a página do projeto no Catarse e na próxima edição impressa do fanzine vamos falar um pouco mais das duas primeiras edições .
A campanha vai até dia 07/08/2017
Facebook: @fewandcursed